Com um visual minimalista e um mundo distópico, 3% conquistou o público brasileiro e internacional. A Netflix apostou pela história de Pedro Aguilera que se passa em um futuro não muito distante. Dessa forma a trama se desenvolve de acordo com os desafios que esse cenário propõe. Ou seja, um mundo dividido em dois, sendo que um deles as pessoas sofrem pela ausência de recursos e no outro tudo é abundante.
Desse modo 3% conta a história de um mundo utópico onde entrar para o mundo desenvolvido depende das suas capacidades cognitivas. No final das contas tornando-se, em muitas ocasiões, uma maneira injusta de qualificar as pessoas. Portanto a trama se desenvolver na luta diária das pessoas que querem fazer parte dos denominados 3%.
Um mundo distópico
Depois de uma crise energética que acabou dizimando o continente, nome que é dado a parte destruída, o mundo foi separado em duas partes. Dessa forma os jovens de 20 anos do continente tem a possibilidade de participar de um processo que permitirá a sua entrada no Mar Alto, nome dado a parte desenvolvida da trama.
Em outras palavras, o Mar alto foi um mundo idealizado pelos seus fundadores para ser a utópica sociedade perfeita. Nela todas as pessoas têm suas funções e tecnologia altamente desenvolvida é parte fundamental desse desenvolvimento. Ou seja, o Mar Alto é um lugar totalmente autossuficiente que funciona em harmonia perfeita com o ambiente e a sua sociedade estruturada.
3% é uma grande crítica social?
Curiosamente, se pensarmos em 3% como uma crítica social em relação a sociedade brasileira e também o mundo, a série recobra ainda mais sentido. Isso porque atualmente o mundo atual ainda sofre com os problemas de desigualdade social, guerras e desequilíbrio ambiental. Em contrapartida, existem nações que vivem o pleno desenvolvimento em meio a tantas catástrofes.
Desse modo, 3% quer mostrar que funcionamos como indivíduos mas também fazemos parte de um todo ainda maior. Portanto, quando o mundo precisa selecionar as pessoas pelas suas capacidades, os valores já não tem tanto sentido e sobreviverá o mais astuto. Independentemente se isso resultará na morte do seu adversário.
O processo e uma análise da meritocracia
Nessa incrível série brasileira produzida pela Netflix, a trama se desenvolve ao redor do processo. Essa é a etapa conhecida onde os jovens do continente tem a oportunidade de mostrar o seu valor para poder entrar e fazer parte do Mar Alto. Contudo, existem pessoas e um grupo que não está de acordo com esse método de seleção. Em outras palavras, se você não for considerado bom o suficiente estará fadado a viver uma vida miserável no continente.
Assim sendo, a série propõem a discussão sobre a meritocracia. Ela que no Brasil atual funciona para poder distinguir as pessoas umas das outras baseando-se em critérios desiguais. O ser humano possui muitas faculdades intelectuais e a série mostra como são premiadas algumas inteligências sobre as outras. Promovendo de forma injusta a desigualdade social e afirmando mais uma vez a superioridade de algumas pessoas sobre outras.
Episódios e temporadas
Com um orçamento reduzido, 3% é uma série que você não conseguirá deixar de ver até o final. Ela se desenvolve ao redor da vida de uma moradora do continente que em busca do reencontro com o seu irmão, descobre a duras penas o que realmente significa fazer parte da sociedade mais desenvolvida.
Em conclusão 3% conta com 3 temporadas que se desenvolvem através da idealização do Mar Alto e da luta diárias dos sobreviventes do continente. A primeira temporada faz um apanhado desse mundo distópico e mostra ao telespectador como tudo funciona. Logo, a partir da segunda temporada, com personagens mais desenvolvidos, a série mostra que o Mar Alto não é aquela sociedade altamente desenvolvida como todos esperam. Até porque a sociedade utópica perfeita seria aquela na qual todos podem prosperar e viver em harmonia.